quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Perdendo

Perguntei-me como, em um lugar tão escuro e com tanto barulho, um sorriso pudesse brilhar tanto e olhos pudessem sorrir tanto, escondendo muito bem uma melancolia que parecia tão inerente à eles. Recebi timidez como resposta, um toque de singeleza em palavras tão doces e uma maciez na voz que era tão refrescante como um vento calmo, uma brisa suave que só existe no amanhecer.
O primeiro toque meu foi atrevido, mas eu não consegui evitar uma intimidade maior com aquela moça que dançava meio alheia ao mundo.
Se minutos, segundos ou horas passaram-se, não sei. Essa moça fez todos os relógios trabalharem mais rápido, talvez por egoísmo, não sei, talvez sabendo que se o tempo passasse assim tão rapidamente, mais saudades eu sentiria daqueles segundos.
Fui atrevida com essa moça, sim, porém calei. Parecia-me vão tentar balbuciar qualquer coisa, eu temia que minha língua voraz falasse qualquer coisa que não fosse digno daquele momento.
Ela foi embora tão triste, e eu fui embora tão perdida.

Um comentário:

Rebeca Xavier disse...

eu bem me lembro do antigo título

essa moça transmuta-se hein!